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O amor de uma amizade

Poucas coisas na vida são mais prazerosas do que você chegar em casa, após um dia cansativo, onde nem tudo aconteceu como você queria, e se deparar com alguém feliz por sua chegada. Alguém que te ama incondicionalmente. Alguém disposto a fazer qualquer coisa para te fazer feliz. E que não consegue esconder a satisfação em te ver.

Eu tenho alguém assim.

Não se trata de uma esposa ou um filho. Ainda não.

Falo de minha cachorrinha Lilica. Uma "labradora" que ainda não completou dois anos de idade, mas que já pesa 30 quilos, embora eu desconfie que ela não saiba disso.

Pois, se soubesse, não jogaria todo o peso do corpo quando corre e salta pra me receber. Não raro me derruba. Me sinto as vezes como Fred Flintstone as voltas com o "cão-dinossauro" Dino.

Mas é gostoso. O rabo abanando, a boca aberta esboçando um sorriso. A vontade de brincar. A brincadeira dos cães é incompreensível aos humanos. Eles se divertem fazendo o que nós odiamos, que é buscar longe o que outra pessoa joga e vir trazer. Os cães (ao menos a Lilica) pedem para que façamos isso com eles. E o abanar do rabo e a corrida saltitante não escondem a alegria que sentem em brincar assim.

A lambida babada no rosto, as patas sujas na camisa branca e o latido feliz de quem ganhou o dia só porque me viu.

O fascínio que os animais de estimação exercem sobre as pessoas talvez seja porque se portam como as crianças. Eu mesmo lembro de quanto tempo esperava o meu pai chegar do trabalho, pra pular no colo dele e brincar até não aguentar mais. E ele, coitado, sempre cansado, arrumava forças pra não me desapontar. Ainda hoje me deparo roubando uns minutos do dia dele pra curtir sua companhia.

E os animais não viram adultos. Aliás, viram, mas não deixam de ter a alegria ingênua de somente estarem por perto.

A Lilica suporta, pacientemente, minhas mudanças de humor, meus momentos de raiva ou mesmo quando não estou disposto a brincar com ela. Ela também não desiste, enquanto eu não esqueço os meus problemas pra dar alguma atenção pra ela.

E esse "esquecer os problemas", muitas vezes, é o suficiente para que o bom humor volte. E, bem humorado, é muito mais fácil resolver o que for preciso.

Essa relação entre um homem e seu animal de estimação mostra que os cães (não posso falar sobre gatos, já que nunca tive um) sabem o que é necessário para fazer uma amizade funcionar: Estar sempre a postos para ajudar como for preciso.

Mesmo que eu não esteja sempre com a mesma disposição que ela, a Lilica não se importa e faz a parte dela, que é dar todo o carinho que consegue expressar em seus pulos, latidos e lambidas.

Isso é ser amigo. Fazer o que estiver a sua altura para satisfazer o outro. Ser amigo de nossos pais, irmãos, namoradas, vizinhos, colegas etc é estar disposto a dar o carinho que for necessário para, se não resolver os problemas deles, ao menos fazerem esboçar um sorriso.

Sorriso que, as vezes, é tudo o que precisamos.

Rafa
31/10/2003

Esta é a Lilica!

E não importam o que digam, pra mim, ela está sorrindo, e é um tremendo sorriso gostoso.

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